16 de abril de 2006

Fora do tempo

Faço marcas para amanhã. Deixo de agora prum tempo em que possa esquecer relógio e calendário. Aposto na duração dos sentimentos, mesmo que dum momento que fique por lá. Arremessar do que turbilha e fará por se acalmar aquilo que dali afeta, bater um gongo que faça tremer.

Que a poeira baixe, siga um quê de nostalgia. O sorriso amanhã vem, vem agora também, vou de braços abertos para praia. Não basta que se esgote num acidente de humores e dias. O que permanece não tem lugar no descritivo; vibra por debaixo da pele e dos ossos, corre no sangue.

Faço marcas de grafite num papel. Arremesso letras através de teclas. Busco no conto o que foge ao ponto. Prum amanhã que seja hoje, prum outro dia que não tenha hora; pra que não tenha importância alguma fora do afeto que faz superfície pra corrida, salto, tropeço e tudo o mais que valha a pena.

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