16 de maio de 2008

O homem que diz "vou" não vai

Até onde é possível que se vá até que se esgote a si mesmo? Possivelmente por toda uma vida sem consegui-lo. Mas é preciso que o consigo muito antes... é preciso. Pela ânsia de ser algo mais, pela importância de ver algo mais. Se viver, afinal, só servir para ser uma mesma ou várias coisas... não seria cabível ter nascido.

11 de maio de 2008

querido diário,

foi uma semana de não fazer. como eu quero mudar, percebi toda essa expressividade, essa materialidade, que quase vai por si mesma, que sai desse jeito como um jeito de sair. não fazer... deixar decantar seja o que for, essa energia, ao invés de mandá-la, perdê-la nessa materialidade, tentar algo dela que flua de volta e ver, com o tempo, o que é possível fazer novamente.

descobri, relembrando, que respirar é viver.

respiro.

um beijo!

4 de maio de 2008

desanuvia

às vezes a sobriedade é uma benção. e às vezes agradeço. como ser grato pelo que perco. como não contabilizar em ganhos - mesmo os ocultos -, não discorrer em danos. a sobriedade, mesmo momentânea... é um alívio.

2 de maio de 2008

Um mundo gira
na minha barriga
e me rodopia
me agarro
em meus marcos
me prendo de medo
me medo
endo-
Pedro

alavanca
a força tangente
me espanta
mas não há saída
senão que me perca
fugitivo de mim
pelo campo

me espanto
como quem toca boiada
sem cavalo

azar
vou romper
o cerco
tapo buracos com cigarros
preciso de ajuda
para silêncios
suspiros
e solturas
debaixo do diafragma
não basta
precisar de clausuras
para me debater
preciso escorrer
deixar de ser
de humano, basta
há de surgir
em mim
um humano gato
ou, quem sabe
um humano árvore