17 de janeiro de 2010

Galeando

Senão o interesse, tenho o desejo preso. Meu interesse corre solto feito olhar de pessoa só. Mas meu desejo foi apreendido por ela, pessoa que o fez florescer. Meu desejo foi viajar e eu... eu fiquei só de pessoa e de desejo.

16 de janeiro de 2010

chove lá fora
e aqui
faz tanto clichê
que a música
ri

no calar da hora

bate uma angústia
que não disfarça
nem farsa nem folia
a detém
bate uma ansiedade
que abate
a escolha
da hora
feito espora
no lombo do cavalo
corro
dentro do meu corpo
morro
em um esporro
direcionado
a mim mesmo

olha
digo
não faça drama
a noite tece
sua trama
e a distância
ainda mais
é assim
que se faz
aguenta
pequeno
esbrava
no peito
o fio
da navalha
explode
em molde
nenhum
escarra
o coração
não pede perdão
respira!
respeita a vida
e vive


esse velho
que senta dentro de mim
é novo
e sabe
e vive

e eu
apesar do peito
cheio de frio
e tumultos
escuto
respiro
dou meio sorrisos
e aguento

7 de janeiro de 2010

Suas costas arquejavam suavemente. Arquejavam sono. O rosto, de lado, mal se via, seus cabelos ondulando por ele. Mas deixavam um vislumbre de seus lábios. E, no meio de toda a maravilha, esse detalhe era o que coroava.

Suas costas arquejavam, e suavemente o quarto todo respirava. Eu me perdia em pensamentos que logo esquecia. O momento não pedia pensamentos, mesmo se os tinha. O momento simplesmente pulsava.