27 de novembro de 2008

pequenas coisas

impressionante como ter conseguido comprar escova de dente nova e desodorante me deixou feliz. pequenas coisas, cuidados pessoais no meio do caos. como ter cortado os cabelos. e vai ser bom conseguir fazer a barba.

aliás, "desodorante" no meu caso significa "leite de magnésia + alguma essência em um pote de roll on reutilizado". te deixa sem cheiro (fora o da essência), é biodegradável, mais barato, não precisa ser comprado com tanta freqüencia (umas duas vezes ao ano) e não te impede de suar. sério, fiquei assustado quando me dei conta que praticamente não havia suado debaixo dos braços desde os 12 ou 13 anos.

não entupa suas glândulas sudoríparas. isso deve evitar algum tipo de câncer.

17 de novembro de 2008

livro de pré-coisas


ando saindo dos lugares com partes das pessoas. as pessoas tem durado em mim, ido pra casa comigo, ficando em meu corpo e espírito, reverberando. ando sensível às pessoas, aberto pra elas. um tanto entregue, um tanto esperas que espero deixar pra lá, mas um tanto ainda mais feliz do que encontro seja lá o que for: diversão genuina, não importa a forma.

ando sensível às pessoas, mesmo quando duro em mim. e noto para além, em um logo-após... que as pessoas que duram, com seus presentes, sentimentos, cores, cheiros... com seus jeitos, mas mais, com o que está por trás deles, retumbares, tambores íntimos, espíritos como sons de flautas.

as pessoas unem-se à multidão que me habita. a multidão que habito, na qual vago, através da qual sou. que batalha por ser eu. as pessoas unem-se como forças maiores, personagens externos que entram na dança de minha multidão, cheia de argumentações, opiniões contrárias, e às vezes concordâncias em formas de insight. alívios...

mas as pessoas são mais do que esses personagens. são vida, que me bate na pele e dança comigo em meu corpo. quando a multidão não tem mais máscaras, ou opiniões, e sobra só o movimento, é que acesso a parte mais clara, profunda apenas porque de certa forma obscura, a parte mais mundo e mais tudo do que tudo. esse abismo sem nome, quase sentimento, da onde tudo o mais vem, até a falta.

eu chamo de amor. porque não tem como chamá-lo sem com algo que apenas sugira, apenas contorne. nunca se abraçará o abismo completamente. e essa sempre foi a sabedoria dos xamãs... e dos poetas.

16 de novembro de 2008

na saudade da calada

ontem a saudade veio forte, impetuosa. que crescia lenta em caminhos por entre mim, crescia calma, ia e voltava, abanava, abraçava. mas ontem veio forte.

abriu caminho pra tristeza. talvez tenha passado por entre os músculos dessa vez... por entre o sono. por sobre alguma defesa. veio e abateu, gentil e severa em uma só medida... agradeceu-me, também, por viver.

e eu lhe agradeço, é claro.

agradeço um choro, um mais do que fagulha de presença. a calma na arena da mente.

agradeço, sorrio... e calo.

12 de novembro de 2008

Primavera em despertos

Um dia como hoje é de soltar todas as crianças num espaço com grama, todas as crianças internas em um espaço infinito, todas as crianças libertas para que sejam belas, para que sejam crianças. Correr o vento, abraçar o Sol, sentir os cheiros do tempo, tempos de antigamente feitos presente, tudo um presente, tudo agora.

Um dia como hoje é de chorar o desespero de lugares fechados, chorar o adulto que nem percebe o que se sucede, lá fora o mais adentro, seu avesso a pura superficialidade cinza, e a criança que bate no peito adormecido como em barras. A pele que não o sente chorar, que o mundo feito liberdade não penetra nesse prédio asséptico, porque liberdade em verdade não briga de frente, apenas transita, implode, suspira e corre...

11 de novembro de 2008

A noite guarda um
sorriso
liso
embebido
fácil

sorriso escorrido
que despenca
pelo canto da boca
despenca
feito desejo torto
vai ao chão conosco
fica com dor de ressaca

como o corpo que escorre
dos ossos
e a mente bamba
que talvez a gente lamente

e a mensagem
que borrada
fica na dúvida
se samba
ou não

7 de novembro de 2008

Primavera em flor

uma flor me inundou na rua. eu virei cheiro.

milhares de flores caídas, sinais de Primavera com vento. liberdade, alento... o vento traz saudades.

sinto uma falta preenchida no peito. sorrio a espreita. só lamento não ter mais e mais tempo quando tenho.

5 de novembro de 2008

Próximo Domingo:



Venham, venham! A casa é nossa! E com ela os sonhos que circulam, se encontram, se divagam, se deslocam, se embalam, se embelam... Que sejam sendo com nossos corpos!