8 de agosto de 2006

Um Novo

Esperava me encontrar aos pedaços pelos cantos, esquinas, lugares. Mas não. Se estilhaçado andava por aí, assim que o avião pousou já me atrai em todo, juntado no peito de vácuo.

A cidade não me deu tantas estranhezas quanto minha expectativa. Talvez eu ainda esteja chegando aos poucos e isso seja tudo. Ou o próprio funcionar absoluto que sai fácil, faz do meu um jeito avassalador de ser e não deixa muito buraco. Eu sentia falta de chão, por supuesto. Talvez seja isso...

Há coisas que saltaram aos olhos mesmo assim. O frio a me beijar os lábios - e então o primeiro calor do joelho pra baixo e a meia a me agarrar absurda os pés. Os táxis vermelhos. A existência das lotações. Coisas assim, quase bobas.

O tamanho do céu, o muito horizonte. As estrelas no meio das luzes das ruas. O quanto de verde, e morros pequenos ainda pelados ou cheios. Cheiros.

Achei que ia me encontrar pelos cantos. Descobri os cantos que sou eu. Vagueio por mim mesmo e me descubro novo, me refaço, me desnudo. Não sei, me acho inusitado, não me conheço. E se me caio num mesmo sorriso, quero o desfibrilamento, pra me achar de verdade no meio dos músculos de um mesmo ritmo.

Me ajuda a me criar?

Beijo

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