3 de julho de 2006

Num levado

Num baque pairo num duplo. O mundo me afeta em dois pólos: um que me possui, no qual fico completamente entregue; e outro que, observador indiferente, ri.

Ao todo, chega a ser constrangedor o quanto o duplo de minha percepção não impede que tudo de lá doa e aqueça e eu peça sempre mais ou pernas bambas caiam num resvalo ou corrida insandecida ou mansa. Mesmo assim até há pouco a força da experiência de ter também um corpo outro, corpo oco, em um nível de absurdas possibilidades ainda não alcançadas, mesmo assim isso me ria e me segurava inerte, seguro de mim sem eu, seguro do destino pra além das coisas.

Foi preciso muito pouco, muito menos do que eu esperava, pra estar de novo preso à experiência das coisas - entregue como um filho da mãe. Me pegou surpreso e atônito e novamente não sei o que fazer comigo mesmo. Foi preciso um muito de ocasião e aí já era.

Só um calor indescritível por debaixo dos panos...

2 comentários:

alice disse...

ai ai ai.
o que quer dizer isso?
(com cara de braba)

Pedro Lunaris disse...

não digo, não digo, não digo!

mas juro que abraço!

beijo