"(...)
Adoro esse chafariz. Ele costuma ser lago de dragões quando está de folga ou férias o seu jato. Outro dia um menino do norte soltou botos rosados nessa água e foi uma correria. Eu acho que esses passantes ficaram com medo. Teve uma senhora turca que indignou-se e ligou para a defesa civil. Aos bombeiros, os botos insistiam em dizer que eram de água doce e não haveria problema em ficar ali. Mesmo assim foram recolhidos ao depósito municipal. Ninguém mais os viu. Uma pena.
Estou estressado esses dias e balanço minha cabeça como a um pêndulo. Como ergui meu castelo nessa praça, tenho total privacidade. Conto com criados, enfim, que fornecem dinheiro para comida; são muito discretos e quase não os vejo mais depois de despachá-los. Lidar com a criadagem não é fácil, todos sabem, por isso ando exausto.
(...)"
(Diogo Henriques - Os Botos da Candelária)
QUERENÇA
Voar, amigo pássaro,
não só é ser nuvem.
Abrigar, querido pai,
é não só doar sangue
Ou
Apenas ao quadrado
(Diogo Henriques - dihenrique@yahoo.com.br)
Aviões
e tanques de dor
esfarelam
os olhos
do Líbano
Eu resando
nos arames
do Brasil, inerte,
meio bôbo, sem entender,
ouvindo
os rádios TVs
jornais
contarem
os mortos
8
O pinheiro
e o carvalho
continuarão,
e o pássaro
da eterna ventania
inventará
seu ninho de prata
entre o fios
dos cabelos
das crianças
9
Essas
são palavras
de um nômade
que vê e revê
suas retinas
em todas
as retinas
(Edu Planchez - Olhos do Líbano - eduplanchez@yahoo.com.br - www.blakerimbaud.com.br)
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