20 de junho de 2006

Casa?

Passei quase uma semana na Cidade da Garoa sem guarda-chuvas. Não precisei: fez Sol todos os dias menos um, enquanto no Rio as águas caiam.

Me senti em casa por lá. Fui acolhido pela Alessandra, coração de pernas, canceriana intensa com muita suavidade, irmã de espírito. E encontrei pessoas que pulavam muito e pessoas que brilhavam muito - normalmente pelos olhos.

Como é freqüente, voltei diferente. Prum Rio de Janeiro estranho. Não sei se é o mesmo onde estive esses últimos meses. Será que é só o Rio que muda quando passa por debaixo da ponte, ou a ponte também sofre de tempo? Eu sou só um grau nessa praia, mas um que tem pulado e brilhado assim também.

É bom estar de volta. Mas não necessariamente aqui nessa cidade. É bom estar de volta em mim, dentro do peito, com ou sem jeito e muito amor pra dar.

Piegas, eu sei. Mas é esse corpo que sou eu a grande casa que tenho. E muito mais, lugares, territórios, esses amigos que são lá de dentro e são a gente também e é isso mesmo. Saudades. De tudo e de todos.

Casa eu não sei. Ou compra uma bicicleta? Ambos pra girar por aí. Não sei onde vou porque todos os mesmos lugares são novos; não quero as mesmas pontes, mesmas praias. O mesmo, de novo, novo no repetido e por aí em frente. Vai ser tudo novidade, sempre, e é essa vida que quero viver daqui por diante.

Por isso não sei pra onde vou, não exatamente. Mas sei o caminho (o que tem coração, sim); e sei o que quero.

Já é muito. E muito feliz.

Beijo!

2 comentários:

alice disse...

dá gosto de te ouvir assim bem.
gostei, sim.
beijo!

Anônimo disse...

Caraca garoto Pedro! Por mais que seja óbvio o teu caminho cardíaco, nunca é demais gritá-lo ao vento! Inda mais se estas brados alcançam locais longíquos, como estes por aqui. Não vou repetir o quanto nos deixa saudade velho(novo) amigo, mas já repetindo, e repetindo, estamos com saudades garoto!

Gostei de ver se ritmo de fábrica na produção poética...temos que nos encontrar por aí...já faz tempo desde a última, naquele barzinho de Porto Alegre. Não sei se te lembra do bar, se chama Lancheria do Parque, onde pela manhã os velhinhos tomam café, e a noite uns malucos escrevem poemas...

abraços fortes (que não posso concretamente dar!)

guto