1 de abril de 2007

Vertigem

acordo cinza em dia assim, um frio lento se apoderando de mim, incerto. tremo por dentro. procuro de saudades, de abraço e de tudo, e vem aquele frio na barriga de quem se atira por cima da beirada. meu corpo sabe que fugi tanto disso. entendo meu pai e todo homem que já esteve sozinho, e entendo o quanto não quero ser assim, viver por um buraco de mim.

quero pedir socorro (e acho que peço, grito pela garganta, pelos poros, pelos olhos). mas me deixo cair. como se eu soubesse que preciso. passar. por. isso.

preciso passar.

o mais estranho é a sensação de tolice por todas as vezes que acreditei já ter acabado com as mortes.

2 comentários:

alice disse...

vertigem e frio na barriga, isso sim. isso?

tolha a tolice.
toalha nela.
tela branca
(é morte)
e sobre ela
é que se estala
tinta e cor.
talhe a vida, ora
como se caísse
pra cima
e toda a vertigem
em ti se sentisse!

Pedro Lunaris disse...

lindo.

ah! obrigado, poema-abraço!

e beijo