20 de junho de 2007

O Arqueiro Zen

O Arqueiro Zen morava em uma pequena vila rural. Um dia, estava afastado em seus afazeres, quando um enorme tigre atacou a vila e matou seu filho. Quando o Arqueiro Zen retornou, foi tomado de sentimentos súbitos. Correu para sua casa, pegou seu arco-e-flechas, partiu para a floresta.

Ficou dias procurando o grande tigre. Até que, no alvorescer do quarto dia, o viu, em meio as árvores, deitado, de costas, a cem metros de distância. Sem pensar, sacou uma flecha, convocou toda sua disposição implacável ao puxar da corda, e a lançou; com a mira perfeita, a madeira entrou fundo no alvo.

Apenas que, ao se aproximar, o Arqueiro Zen percebeu abismado que ali não estava o grande tigre. Era, na verdade, uma pedra! Mesmo assim sua flecha ele encontrava cravada até o coração da rocha.

O Arqueiro Zen deu meia volta e contou cem metros em seus passos. Virou-se novamente para a pedra que tomara como tigre e, sacando mais uma flecha, pôs-se a alvejá-la.

Utilizou todas as que tinha. E já anoitecia quando deixou o local.

Mesmo com a precisão perfeita, todas as outras varetas quebraram-se ao encontrar seu destino.

(agradecimentos especiais a Leandro Lopez da Silva)

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