25 de novembro de 2005

rebuliços

noticiazinha sobre o uso de terrorismo poético como manifestação. como assusta, e no que pode dar. importante, interessante, acho que dá pra pensar muitas coisas, mas agora tô com preguiça. pelo menos a gente sabe que a invisibilidade continua sendo nossa melhor técnica de segurança: revolução sem rosto também é isso, meus amigos!

***

complementando...

eu realmente respeito muito qualquer um que tente uma prática subversiva. ainda que em protesto. mas me preocupa ter gente boa, gente rara com cara de fazer coisas, ter sua vida tão complicada por retaliações de algum sistema. tudo bem, a gente não se importa tanto com complicações... tudo bem, casos grandes trazem as coisas a tona... mas não sou a favor da política de mártires. a menos que sejam mártires por engodo, pessoas que, por exemplo, queriam mesmo cair fora e aproveitam essa vontade pra estourar a boca do balão... saia em grande estilo... essas pessoas foram expulsas da universidade, me dói que tenhamos agorinha menos rebuliçadores na Unesp.

agora, é de se pensar sim senhores: não faça um mártir do seu mártir! o conceito de porta-voz é outra coisa! que a reitoria da dita universidade responda dessa forma, é de se lutar então por dizer que esse foi sim um protesto válido, e não desrespeita nem um pouco mais do que o desrespeito pelo qual os alunos estavam passando.

a primeira regra da prática é não seja pego. se a rede cair, ache um jeito de furá-la. talvez ainda haja tempo. que que a gente pode fazer a respeito?

eu trataria os expulsos da Unesp como prisioneiros políticos. num emaranhado tão absurdo, a delinqüência (pra deixar feliz o amigo Ari Almeida) é um ato político muito válido. não é pra eles? pra gente é, e já tá aí na cara que eles vão ter que nos ouvir, podem muito bem não entender, mas vão ter que arranjar maneiras de ouvir sim senhores. como é que se fazia pra soltar presos políticos? sequestravam figuras importantes. que tal uns sequestros mentirosos, falsos? e se começarem a desaparecer alunos nos campi, saírem notas dizendo que os professores que nunca aparecem morreram vítimas de atentados terroristas, o café do bar for suspeito de conter antrax ou algum componente alucinógeno (alô estudantes de biologia)? antes do Wu Ming ali de cima veio o Luther Blissett, e é claro que todo mundo já sabe disso...

enfim... protejam os pobres rebeldes, indefesos em sua deliqüência. não fique desamparado na subversão. não seja pego, por favor, e consiga ajuda se isso acontecer... que é pra não ficar mal nessa vida! o risco de acabarem com nossos corações revolucionários me assusta, uma Terra sem eles seria um saco...

4 comentários:

Anônimo disse...

tu se sente engajado?

Pedro Lunaris disse...

depende do dia...

Anônimo disse...

Thin Lizzy, não se trata de engajamento. Ativismo não implica engajamento, somos "ativistas independentes", digamos assim. Aliás, nós odiamos engajamentos, movimentos e essas porras todas.

Agora, o texto está muito bom por tocar em pontos cruciais, como:

1. Não ser pego
2. Não ser mártir

Bingo!

Agora reconheci um meme no texto, tratar os piás como presos políticos e começar a tocar o terror na UNESP de forma caótica, desordenada e aterrorizante. Hummm, vou pensar (e agir!)

Pedro Lunaris disse...

esclarecimentos sobre o acontecido na UNESP-Franca: Rafael Zanatto rafael_zanatto@yahoo.com.br