10 de setembro de 2009

corporal plane

ando dormindo nas sombras em mim.
mergulho em escuros procurando travesseiros,
cobertores,
como quem foge do vento frio.

o vento frio corta dores
e não é difícil encontrar a necessidade de que pare de doer
quando tomo as dores como minhas.

mas é difícil, muito difícil
as dores de tomá-las
quando percebo que há cortes
não onde as dores ardem
mas lá onde há a necessidade
de se mover quanto a elas.

me enrolo no análise
na poesia de tentar expressar um só mergulho.
as sombras tomadas tapam em ilusões de calor.
constantemente me envolvo nelas
constantemente desperto.
há uma luz que também provoca sombras.
há a possibilidade de respirar no escuro
quando se olha pela pele.

será que os cachorros sonham?, me pergunta ela.
do que são feitos os sonhos?

sou eu.

não tenho grandes pequisas quanto aos sonhos.
então, quando se mostram,
sempre me surpreendem.

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