Quando Bárbara nos convidou para fugir, levantei da cadeira. O meu mundo aumentou e meu corpo ficou como que suspenso por fios de tensão a puxar de diferentes lados. O mundo aumentou e meu corpo ansiou por ser vento.
Fiquei angustiado pensando nas amarras, compromissos que faço. Fiquei pensando no futuro, compromisso comigo mesmo; na possibilidade de uma liberdade descompromissada. Fui além do sonho, senti no concreto, planejei um sem planos de espontaneidades: pendido entre o plano de fuga e a simples possibilidade de fugir a qualquer momento.
Minhas amarras viram apertos de mão. Meus compromissos, abraços. Talvez mesmo abraços de tchau, de até logo, de adeus. Tudo ditado pelo fluxo do instante de agora e de amanhã. E eu entro calor e alento pra angústia da amarra, pra angústia da fuga. Eu, concretamente, viro e sou todo e apenas respiração.
Senão vento.
Um comentário:
hum... anda ventando por aqui, não?
entre janelas abertas, fugas e enclausuramentos (mas serão mais as fugas, creio).
quando - e como - sabemos o que é escape de prisão e o que é prisão no escape?
sei lá, mas aposto que tem a ver com algo que se sente na barriga.
saudade, pedro!
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