10 de junho de 2008

Entre amarras e fugas

Quando Bárbara nos convidou para fugir, levantei da cadeira. O meu mundo aumentou e meu corpo ficou como que suspenso por fios de tensão a puxar de diferentes lados. O mundo aumentou e meu corpo ansiou por ser vento.

Fiquei angustiado pensando nas amarras, compromissos que faço. Fiquei pensando no futuro, compromisso comigo mesmo; na possibilidade de uma liberdade descompromissada. Fui além do sonho, senti no concreto, planejei um sem planos de espontaneidades: pendido entre o plano de fuga e a simples possibilidade de fugir a qualquer momento.

Minhas amarras viram apertos de mão. Meus compromissos, abraços. Talvez mesmo abraços de tchau, de até logo, de adeus. Tudo ditado pelo fluxo do instante de agora e de amanhã. E eu entro calor e alento pra angústia da amarra, pra angústia da fuga. Eu, concretamente, viro e sou todo e apenas respiração.

Senão vento.

Um comentário:

alice disse...

hum... anda ventando por aqui, não?

entre janelas abertas, fugas e enclausuramentos (mas serão mais as fugas, creio).

quando - e como - sabemos o que é escape de prisão e o que é prisão no escape?

sei lá, mas aposto que tem a ver com algo que se sente na barriga.

saudade, pedro!