4 de outubro de 2007

Pedaço sobre intensidade

pra Cá, de novo, muito obrigado!

Tua provocação eu sinto como correta, e como bem me cabe, bobalhão, respondo teoricamente: o mais necessário no experimentalismo é a prudência. Prudência que sinto que tantas vezes não tive, mas que mordo o lábio para sentir que esteve sempre ali, perto. Tantas vezes me esqueci dela, ou, antes, não dei conta dela, que talvez a prudência seja a fazer exigências maiores, quase tantas quanto o Abismo, que é viva isso tudo, mas só um pouco, lembra? Um passo de cada vez, ou, como diz minha tia querida, a cada dia o que é desse dia. A cada dia o que é desse dia. Calma. E respire. Sempre!

Pule no buraco de cabeça, mas sinta o cheiro antes. Será? Quando tem tudo isso ali, talvez a tendência seja tentar ser tudo... e não há corpo que agüente. Nesse caso, o Corpo sem Órgãos vira o corpo cancerígeno, a comer a si mesmo. Intensidade que não fez potência, mas destruição... é demais. Corpo do drogado, sabe? É isso: sedento demais de vida. Atropelante. Terrível. Mas uma tentativa também. Não basta. Não é isso, não é, como seria ovacionar a vida e passar por cima dela, deixar sem vida pessoas no caminho? É muito difícil... Por isso a sutileza do xamã, sabe? O grande filho da puta, o maior piadista! Aquele que consegue efetivamente te matar pra te dar tua vida plena. É isso, e é pra poucos, e pra gente, e pra mim, é de lembrar de outra coisa: que matar alguém, no nosso nível, raras vezes demais significa libertar, e na maioria significa assassinato mesmo: do corpo, do coração, do espírito; com faca, com afeto, com vampirismo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Te devo um e-mail.