24 de julho de 2005

Condição humana

Brilhantes presos

dizem por aí que somos seres luminosos, mas só estamos servindo pra ficarmos pendurados em correntes, desligados de qualquer fluxo maior que essa ostentação babaca. pedras luminosas no pescoço de uma dondoca sociedade que nos tira do chão e da possibilidade de virar areia, carvão, fogo, ou qualquer giro aeônico por uma eternidade que seja nossa. eu quero uma vida expandida, um brilho pra além da inútil preciosidade monetária...

2 comentários:

Fernanda Ribeiro disse...

"pedras luminosas no pescoço de uma dondoca sociedade que nos tira do chão e da possibilidade de virar areia, carvão, fogo..."

eu diria que nos fazem a sola do sapato da dondoca sociedade, e não as pedras preciosas...

Pedro Lunaris disse...

é, pode bem ser.

eu falava da nossa condição, ou possível condição, enquanto algo especial, e do movimento de presilha que se dá. nós, do jeito que estamos, somos o grande trunfo da sociedade, tranformados numa bijuteria cara a ser demonstrada com orgulho.

eu acredito que não sai barato, afinal, toda essa lavagem corporal e cerebral que nos desloca das nossas potencialidades à estatísticas, ou, como diz o Tyler Durden, somos consumidores. eca!

mas acho que o que sentimos é isso mesmo que tu descreve, sola do sapato.

somos seres de vitrine, e ainda por cima somos pisados. dá pra crer que se vive desse jeito?