29 de março de 2005

ONG ou ( Onde Nunca Governaremos )

Sociedade organizada, solidariedade produzida, responsabilidade social... e sem fins lucrativos! eis então o cidadão tranquilo. Uma vez organizados, formamos ONGs. E buscamos frenéticamente a tal cidadania... precisamos resgata-lá, exercê-la, oferecer pra quem não tem...sendo assim, eis aqui...veja que beleza, em diversas cores, a cidadania está na mesa. E realizamos a solidariedade por decreto, aquela que te faz ligar para o "Criança Esperança", distanciando-nos cada vez mais de uma solidariedade por convivência. ONG, outro engodo da sociedade civil. Tomar pra si aquilo que é de responsabilidade governamental é um tanto louvável sim, tendo em vista os benefícios trazidos por tal iniciativa: a sociedade fica tranquila exercendo seu "papel social" e por conseguinte sente as delícias da consciência solidária, o governo quer mais é que as empresas dêem apoio às ONGs (R$$$$) e para isso diminui os impostos daquelas "responsáveis socialmente" (iso#####), os jovens saem das universidades e montam seu pròprio negócio (ONG)e já existe até "empresa" que ensina como "captar recursos" para montar a sua "própria ONG"!! Ok, então quer dizer que Organização Não Governamental existe enquanto houver questôes sociais não resolvidas ou pelo menos mal resolvidas pelos governos, Estados, Prefeituras, etc e tal...sendo assim o objetivo maior das ONGs é deixar de existir? Será mesmo "sem fins lucrativos"? de que lucro estamos falando? A ONG quer potencializar os indivíduos ou precisa deles enquanto "assistidos" para que exista uma razão de ser para ela mesma?

Um comentário:

Pedro Lunaris disse...

justo! velha história de compensação humanitária: faz-se mal a sociedade, tudo bem, enquanto faz-se bem também. como uma balança que isenta o que há de ruim pelo que há de bom (acrescente aí um confessionário e temos a Igreja Católica, um tablóide e temos o Mercado Internacional) e, pum!, o que há de ruim some do mapa.

existe agora, pós Tratado de Kyoto, os Créditos Carbono. as indústrias que funcionam com material menos ofensivo à natureza - feito a cana como combustível - geram créditos Carbono, após terem sido avaliadas por alguma entidade internacional "isenta" (ONU?). por causa do Tratado de Kyoto, os países que o assinaram tem que reduzir até tantos por cento sua emissão de toxidade até eu acho que 2006. possuir créditos carbono possibilita que a percentagem de emissão seja um pouco acima da exigida. por isso, os países que não conseguirem alcançar a taxa compram nas bolsas de valores os CCs.

essa é uma forma de compensação, mas me parece um pouco diferente: é ter jogado pra dentro da máquina econômica internacional uma moeda ecológica, ou pró-ecologia. o simples fato dos EUA não terem assinado o Tratado me parece um indício de que a coisa é boa... pelo menos o fato de que quem polui menos tem a possibilidade de ganhar dinheiro com isso deve inspirar as indústrias, principalmente as que ainda irão se montar, a utilizarem essas fontes alternativas de energia. mesmo assim, é de se ter dúvidas... ou se conseguiu contagiar a lógica capitalista (nesse âmbito, que é específico, mas ao menos é mundial) com um funcionamento decente, ou isso tudo servirá de máscara para coisas ainda piores, um aproveitamento qualquer que fode ainda mais ou o planeta, ou qualquer outro ponto delicado (mesmo a economia). o que vocês acham?

essa questão vale um post e muito mais... vou ver se pesquiso um pouco mais, ou quem sabe já inspirei alguém a fazê-lo...