30 de maio de 2010

Vida Livre

Olhava
via a vida
andando na rua
enquanto eu passava
ainda mais depressa

Da janela
eu a via
cada pessoa
um ato
que ela
habitava

Olhava
pensava
em rostos
e jeitos
pensava em torneios
de identidade

Olhava
procurava a vida livre
e tomava sustos
a cada instante
em que aparecia:
rondava
explodia
e sumia

ou parecia como quem pernoitava

mas assustava
a vida livre
sempre tão depressa
e ao mesmo tempo eterna
tão instantânea
e tão mais calma
do que esse nosso jeito
enrugado

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