Olhava
via a vida
andando na rua
enquanto eu passava
ainda mais depressa
Da janela
eu a via
cada pessoa
um ato
que ela
habitava
Olhava
pensava
em rostos
e jeitos
pensava em torneios
de identidade
Olhava
procurava a vida livre
e tomava sustos
a cada instante
em que aparecia:
rondava
explodia
e sumia
ou parecia como quem pernoitava
mas assustava
a vida livre
sempre tão depressa
e ao mesmo tempo eterna
tão instantânea
e tão mais calma
do que esse nosso jeito
enrugado
Nenhum comentário:
Postar um comentário