7 de julho de 2008

Da intensidade das formas

para Aron, Ale e Larissa


há um nível de possibilidades em tudo. um nível de vida completamente intensa, não apreendida.

desse nível decantam as formas, ou se rasgam elas. as formas se impõe. impomos as formas às intensidades, para que se tenha rosto pra contatar, chão pra correr... pra que as intensidades sejam possíveis de serem vividas. as formas também são vida, muito e muito ela.

precisamos de palavras pra fazer passar os sentidos, de rostos e gestos pra passar os afetos. tentamos uma direção única, mas são muitas, inapreensíveis. e o melhor é quando uma palavra não limita o múltplo, mesmo tendo uma direção ou proposta. quando nosso jeito se sabe pouco e anuncia, num mesmo jeito, uma pista de toda a possibilidade: o simples do complexo é ser inteiro.

o que morde é que não há tempo nessa vida para todas as formas. o que morde e também o que liberta. o futuro é uma direção, e é a direção que dá o destino. mas é sempre o presente que importa... e as formas que agora estão. esse arranjo peculiar. e relaxar de saber que todas as possibilidades são concretas e não se limitam a ele. então, somos pouco, mas muito podemos; e não haverá tempo para tudo, então podemos ser o que somos sem ter que sermos tão fortemente afligidos pelo que poderiamos ser.

4 comentários:

Anônimo disse...

obrigada pela dedicatória.
gosto muito de seus textos.
seja bem-vindo no Jardim da Insanidade sempre que quiser.

kxncv,m disse...

ah, e vou te colocar no blogroll, se não te importares.
beijos

Super disse...

uau

bom te visitar em meio a um daqueles textos que o Edson me convocou a escrever

e obrigada pela tua visita

bejoca

Anônimo disse...

Lindo.
Simplesmente lindo.
É deste mistério de possibilidades que vão tomando formas nas nossas vidas que vamos tendo a gana de ter vida. Mesmo quando as perguntas atropelam as respostas que insistem em tentar nos confortar. E é com a entrega para esta busca que nos possibilitamos ser nós mesmos...

Aron.