Toda minha vida eu deixei que as coisas escorressem das minhas mãos. Toda minha vida, quando eu senti o vazio que as coisas começavam a deixar, apertei os dedos com toda força, esmagando o que sobrava, machucando minha pele.
A noção disso veio súbita, implacável; impecável. E agora eu quero dissipar a maldita consciência que mantém as moléculas do meu corpo unidas. Agora, quero queimar os neurônios desse mesmo reflexo apreendido.
Preciso morrer. É com isso que tenho que lidar agora. É daqui que começo.
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