2 de outubro de 2005

army of me

daniel diz:
se tão deixando NA MINHA MÃO decidir quem vai andar armado, então é melhor desarmar todo mundo
daniel diz:
pq senão.. tou vendo que vai dar merda
daniel diz:
isso é politica pública, sabe? nao é questão de bom senso.

em um país SÉRIO (tipo Noruega, França e Dinamarca) o desarmamento foi inserido num modelo de gestão cuja retirada das armas foi UMA PARTE menor do programa. o que me faz pensar é que se não ha programa pra tirar as armas das mãos do povo, também nao há pra manutenção das armas..
daniel diz:
e na comparação dos dois, acho menos nocivo tirar.

faz sentido?

2 comentários:

Fernanda Ribeiro disse...

É mais um argumento...

Mas quando penso em tudo isso, o que mais me encomoda é o fato de criminalizarem mais uma conduta em nosso país... Mais uma, entende? O Código Penal já não é grande o suficiente?

Daí têm todos estes argumento que a mídia apresenta: não é a soluçao da violênca o desarmamento; não é certo tolher direitos em um país com um sistema democrático recente; a polícia exercida pelo Estado é ruim.

Não é porque a Tauros é daqui não. Enfim, não me agrada a criminalização da conduta. Se a violência fosse solucionável com dispositivos legais, nosso país seria um paraíso, e não é.

Sem contar que referendar a questão é um absurdo. Quuando a Glória Peres , que não é jurista, criou a absurda e inconstitucional lei dos crimes ediondos, não perguntaram para o povo.

O que eles pensam que somos? Idiotas?

Muito conveniente a questão... tem 3 ou 4 ou 5 CPI's por aí das quais não mais se ouviu falar.

Pedro Lunaris disse...

brabo de comentar essa questão, parece como um nó de problemas...

pessoalmente, fui de 3. não acho armas uma coisa especialmente boa, tê-las em casa me parece mais perigoso do que o contrário... ao mesmo tempo, eu não deixo de pensar na possibilidade, que agora parece tão alienígena, duma virada radical da política brasileira, e não confio na segurança que o governo oferece pra dispôr de armas. quanto a isso, ainda há a questão dos movimentos sociais como os Sem Terra, e a possibilidade de desarmá-los, e os zapatistas já mostraram, ao menos para mim, que elas podem ter sua importância em estados extremos. não creio que seja o caso do Brasil, até agora.

mas aí, quem comercializa armas no Brasil são um bando de empresas fodidas e sei de fato que grande parte dos "armados por esporte" vão buscar seus brinquedinhos no Paraguai e os guardam em casa sem registro, que diráo pessoal que as tem como ferramenta do dia-a-dia...

ao mesmo tempo, votar sim ou não no referendo não era coisa suficientemente explicada. ir contra a comercialização de armas não dizia exatamente como ficaria o porte delas e tudo o mais. como o pirata escreveu, sem metodologia uma proposta assim fica insípida. eu penso que a questão sozinha realmente parece ter o poder de gerar polêmica, que por sua vez pode trazer fagulhas de crítica e mudança social, mas é coisa braba em um embate televisivo. não adianta referendar imperiosamente, falta fomentação cultural. a mudança tem que ser cultural.

tudo bem, tudo isso é balela passada. o que me impressiona no referendo já não é mais a pergunta, mas sim o potencial de ortodoxização da população. de repente, o Brasil vira um país onde 80 e tantos por cento são contra o impedimento da comercialização de armas. e se a questão fosse outra? pensa-se em referendar quanto ao aborto, quanto ao casamento gay. e aí, como é que fica o peso reacionário da maioria assim, caindo por cima do bom senso, da crítica, da possibilidade de mudança, de um alívio pra esses torniquetes conceituais? e as minorias? como ficam as minorias?

o referendo, teoricamente um avanço democrático, me parece na prática um assombro fascista pra cima de nós. além de servir de tapa-buraco político, de desvio cênico, de assunto pra manchete, nos joga goela abaixo questões importantes sobre as possibilidades de decisões coletivas quando reduzidas a uma questão de "sim ou não". é de se pensar, meus amigos, é de se pensar...