19 de fevereiro de 2005

subversão de verão (ou faça bom uso da classe média)

Um pequeno golpe de utilização do sistema. Será necessário um carro com seguro, e uma peça desse carro que esteja estragada. Sugiro o distribuidor das velas, que, se muito oxigenados (como pelo efeito da maresia), não permitem que a corrente elétrica passe - o carro não se mantém ligado.

Parta para uma viagem e divirta-se. Na hora de voltar, troque a peça boa pela estragada e então acione o seguro. O guincho vem e aí, ao invés de ir até uma oficina resolver o problema, peça que o leve para sua casa. Na sua cidade. É assim, o seguro tem que levá-lo para casa, e eles oferecem um taxi para tanto. Se o taxi não for acionado, o guincho pode levá-lo - e aí a distância possível é muito maior.

Tudo no golpe há de ser verificado. Consulte a seguradora quanto aos detalhes, e veja bem se a peça trocada não funciona mesmo, ou se a fraude não fica muito evidente. A utilização da técnica fica intreiramente a seu cargo, sua excelência depende do seu jogo de cintura. Seja autônomo e criativo. Lembre-se também que o guincho pode levar duas pessoas na cabine, e que legalmente não se pode transportar passageiros dentro do veículo rebocado - mas sei por fato que alguns guincheiros fazem isso, o que permite que você esteja acompanhado de gente suficiente para valer a pena viajar de carro (duas pessoas pagando gasolina e pedágios em um carro moderadamente econômico sai o mesmo custo das passagens de ônibus - tudo anda muito caro, não é?).

A viagem de guincho é demorada, então leve isso em conta. Colchonetes nos vãos dos bancos deitados do carro fazem uma grande cama, e o fato de que esse espaço está para trás do motorista possibilidade o uso de toda gama de entorpecentes e carteados, que tornam sua viagem mais interessante. Sempre pensei assim, se o caminho é longo, o tempo é elástico e podemos alterá-lo. Novamente, divirta-se. Essa é toda a intenção.

Nenhum comentário: